5.1.2 Úlceras de Perna
Definição
Etologia e Patogénese
1. Insuficiência venosa crônica (IVC) causa 60-70% das úlceras de pern:
- Insuficiência venosa superficial pura, como acentuada insuficiência da veia grande safena (30-40%)
- Insuficiência venosa superficial e profunda combinadas
- Insuficiência venosa profunda pura (60-70%), freqüentemente parte de síndrome pós-trombótica. No total, 50-60% dos pacientes com úlcera venosa tem síndrome pós-trombótica
2. Em 10-20%, IVC combinada e oclusão arterial periférica (OAP)
3. Em 10%, OAP pura leva a úlcera (freqüentemente segue trauma mínimo da perna ou da panturrilha).
Úlcera hipertensiva de Martorell: Tipo especial de úlcera arterial, combina OAP com arteriolopatia hipertensiva do tecido subcutâneo.
4. 5-10% das úlceras da parte inferior da perna é neuropática (alcoolismo, distúrbios metabólicos (diabete melito), hanseníase, neurossífilis).
5. Outras causas raras.Os sintomas
- Base da úlcera (necrótica, revestimento fibrinoso, granulação, epitelização)
- Bordo da úlcera (elevado ou plano, sinais de reepitelização, normal ou inflamado, pústulas, escavado, irregular ou oval)
- Pele em torno da úlcera (normal ou inflamada, mole, quente, escamosa, atófica, esclerosada, castanha (hemossiderina), branca (atrofia branca)
Localização
- Úlcera venosa: perimaleolar e quase sempre medial.
- Úlcera arterial: quase sempre envolve maléolo. A úlcera de Martorell pode ser dorsal, pré-tibial e, mesmo, medial.
Curso
Complicações
Diagnóstico
Identificação de insuficiência venosa: duplex, Doppler, flebografia.
Identicação de insuficiência arterial: pressão de fechamento, angiografia.
Diagnóstico Diferencial
Diagnóstico diferencial de úlceras de perna. (VITAMINA C):
Vascular venosa
úlcera arterial hipertensiva de Martorell
linfática
vasculite
hematológica: anemia falciforme, talassemia
Infecções bacterianas, ectima, micobactérias: TB,hanseníase
parasitária (trópicos)
fúngica (trópicos)
Traumática/ físicaAutoimune, pyoderma gangrenosum
Metabólica/ endócrinanecrobiose lipóidica
Iatrogênica radiodermite hidroxiuréia
Neoplasia, primária: tumores ulcerados da pelemelanoma maligno,carcinoma espinocelular,carcinoma basocelular
secundária: mestástases cutâneas, alteração maligna em úlcera crônica (carcinoma espinocelular)
Congênita, síndrome de Klinefelter
disgenesia das valvas venosas
Terapia
Úlceras venosas:
Melhorar o fluxo de retorno venoso
- Compressão
- Escleroterapia
- Retiradas de varicosidades
- Operação de veias selecionadas
- Corrigir fatores gerais (anemia, hipoalbuminemia, outros fatores dietéticos, diabete).
Úlceras arteriais:
Melhorar o fluxo arterial geral
- Medicamentos
- Angioplastia
- Stents, desvios (bypasses)
Tratamento tópico de todas as úlceras:
Terapia apropriada e ajustada à fase de ferida crônica:
- Retirada de detritos (cirúrgica, enzimática)
- Favorecer a granulação em meio úmido
- Estimular a reepitelização em meio não oclusivo, semi-úmido
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